segunda-feira, 30 de abril de 2012

Estética política

numa ânsia avassaladora
tentou tocar sem sentir
viu a sensação falsificada
parcialmente não compreendida

pois uma mão quente
traz um coração gelado

terça-feira, 24 de abril de 2012

Vitesse

o dedo apontado
um restante de contradições

opaco

porque nunca durmo

pra quê?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cubo

arcoíris
de uma cor só

muitas palavras
enquanto silêncio

profundidade de queda rasa

o sentido terminado

Chegar ao fim

branco espaço
aparece o cachorro morto
um mendigo chora

e desenha sua estranha linha

ele nega cor

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cor

novamente o novo
cheio de novidades joviais

envelhecem num piscar de olhos

mas quando o olho abre de novo

é tudo original outra vez

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sem acreditar

algo melhor entristecido
das lembranças de souvenir

um certo presente
passando o futuro

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Meio tempo

cansado das conquistas
tentou mudar de rumo

o ramo era um galho

floresceu só espelhos
e plantou só cheiros
pois uma flor enlouqueceu

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Vida

na capacidade do improvável
dentro do nada
encontrou o vácuo

conversaram por meio segundo

Alguns papéis

quando percebeu
o cuspe espalhou
não tinha só saliva

isso é
pra quem tem nojo

só do mundo

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pele

mesmo no incompleto
avisto um fim
rindo lágrimas sofísticas
intencionalmente convincentes e argumentativas
alivia qualquer mal
nega com flamejante sorriso
adentra e vai embora


Sono

nada em mente
nem palavras
porque elas são matérias