terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quando acabar o maluco sou eu

naquele perfume de marfim
sem incensos
o fogo acendia

amarelo verde
e vice-versa

foi quando eu quase
a boca queimei

só não (embora)

outro lábio me ajudou

domingo, 18 de novembro de 2012

Coragem

não confiar em ninguém

se aprende desde outrora

fechar meio olho
e não cochilar.

a mãe dizia
venha e tenha calma
ajudar-lo-ei
feche os olhos

durma

e a desesperança fugia

sonhos mais confiáveis


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Eu tô com um problema

mantendo o respeito
segurando a calça

para ela não cair

não conheço cinto
nem sinto sentir

só aquela lágrima
de hipocrisia
e alucinógenos

longe de qualquer fumaça

Artigo indefinido

a mente vazia
de vazios excludentes

dentes que mordem
e grudam

largam só pra por mais sal

não é dentadura
está colado

prótese fixa?
ou medo de ser?

ao abrir o guarda-roupa
ela sorria para mim

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Alone in the dark

estava de chinelos
barba aparada
parecia ter tomado banho

andava tranquilo
quando viu uma caçamba

olhou para dentro dela
encontrou suas riquezas
necessidades felicidades

sorria a cada passo

sabia que tinha
uma vida perfeita

e uma cama de papelão

domingo, 11 de novembro de 2012

Um dia eu vou

a insuportável leveza
do ser insustentável
levemente atroz

bruscamente destruidor

no seu interior
que fica além
de qualquer exteriorização

de um tempo pesado
cheio de energias flutuantes

sábado, 10 de novembro de 2012

Celulose

sigo um caminho
para além da noite
onde o dia
um dia
correrá sem compromisso

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Por acomodar-se

resolvendo o niilismo
através de problemas inesperados

foi que o engano
disse às coisas:
mentira

enquanto isso
muitos precisavam laborar
invisíveis
como suas ideias

o tempo firme
onipotente na paciência
espera a sapiência absoluta

a expansão do ser

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Afastando-se

sentado numa cadeira
de madeira
bebendo cerveja sozinho

num bar
cheio de pessoas acompanhadas

só a mesa fica
calada e interessada
em tudo que diz

mas continua ausente
e bêbado

a espera de alguém
que nunca virá

talvez se sente na mesa ao lado!

sábado, 3 de novembro de 2012

Após o fim de um dia de finado

há um mês
e oito dias
na mesma posição

porém em transformação!
alguns dizem decomposição!

na lembrança no sonho
o movimento é constante

mas às vezes a porta se fecha

e só no fecho
que vejo seus olhos
verdes

da cor de minha saudade