sábado, 29 de dezembro de 2012

Anairam

entre ameaças de raios
estrondos grossos e tremidos
o escuro proposital

fica claro por um segundo.

as árvores estão caladas
mas chamam a luz

querem ficar ao meio

sendo uma metade
de dor
outra de um devaneio

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Manga caindo ao chão

onde está a esperança

a autoestima

e a certeza
de que se esqueceu?

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Desculpa por isso

perdido no presente
onde o passado

ainda me fere
ainda me acusa

mostrando que o futuro
não existe

mas quando eu não quis mais procurar

encontrei

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Fim do mundo

na áurea cor
do vasto das coisas

tudo parece conspirar

e emergir para um.

o caminho longo acidentado
os plurais das razões
todos

num sentido só

pois nem a ideia
nem os sofismos
nem as argumentações
nem as convenções

vão explicar a transformação

apenas o silêncio

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Para de ler meu blog

sem sinceridade sem verdadeiramente
ser honesta
pelo menos uma vez
nunca foi

prefere ser fiel
a outra pelo outro
que também pensa igual

poesias artes violão
sambinha de domingo
com bossa nova renovada
bares nunca antes ido

mas a amiga mandou neh?!

ah como é bom
chico, cartola, mentir

dizer que não sabe
sabendo de tudo
de todos

espera o silêncio inevitável.

não és digna
da minha poesia
não és digna
nem do meu pranto

que ainda corre
e cai

a espera de mudanças

quem sabe justiças...

ainda espero
que tudo se realize
do jeito que pediu

tomara que sua vida
sempre seja

a sua pura e total vontade

mesmo que o outro se mate e tente renascer mais forte mais independente melhor

às vezes pedir desculpas
tentar evitar
deixar pra depois
uma conversa já teatralizada

não é merecedora
de nenhum verso
nenhuma poesia

nem mesmo esse tempo que gasto tentando moldar desenhar e apresentar a imagem de uma mulher que vejo

esquiva mentirosa
um pouco perdida

sem tempo
mas com tempo
(entendem)?!

e que se sente
ofendida

e não entende
entendendo
algumas palavras!

não me leia
não me veja
não me pense
não tente evitar
não entenda minhas rimas

meus versos
minhas estrofes

pois minha poesia
é de verdade
diferente de sua língua

legitimada pela amizade

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

La maladie du malade

j'en ai marre
tu as tort
vous avez raison
nous avons envie de rien!

et je n'ai pas d'argent

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ventilador

um inseto temido
enojado pelas cores escamoteantes

de um traço rude
forte violento e inesperado

enjoo devido ao preconceito.

irracional às vezes
pelo não entendimento suposto

do sinal de metamorfização

sábado, 8 de dezembro de 2012

Cortina

na ponta do sopro
do mormaço da planta

em qualquer lugar

transformando-se em tudo

comida bebida remédio

e ainda violência

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Brothers and sisters

um tempo fugidio
espirais que não giram

embriaguez permanente

um trago daquilo proibido

o ar denso
o cheiro forte.

sou cabeça dura
só cessarei
depois de pararem

as guerras e terremotos

sábado, 1 de dezembro de 2012

Dezembro

desceu a escada
tropeçou no último degrau

correu para o banheiro
sentou-se

como um rei

não lembrava seu nome

mas sabia que estava sozinho