sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Naquela mesa tá faltando ele

no meio dum quarto
ficava sempre à vontade
lugar onde era feliz

desgostou de repente
por perder a satisfação!
é isso ou nada

foi querendo sumir
foi sumindo
se deitou como merecido.

estava gelado
estava sereno
não tinha mais raiva
não tinha mais dor

no mesmo lugar de sempre

agora eternamente feliz

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Je veux être seul

no intervalo
entre tempo e espaço

o vazio se esconde

fala vácuo
deita infinito
finge como toda natureza

há um espaço permeável

domingo, 16 de setembro de 2012

Às vezes

minhas lentes de contato
estão coladas no olho
me fazem ver
o que não quero

me desespero
pois tudo é passado
tudo é lembrado
do que quer esquecer.

nem reticências
nem singelos poemas

deixa-me agonizar!

o medo do novo
do vazio do futuro
nem mesmo um binóculo

inócuo está meu coração

sábado, 15 de setembro de 2012

Odor

uma desconfiança do aroma
um tempo faminto

a hora
funciona só com pilha.

das pilhas que montei
resgatei a poeira
do livro no chão

de um quarto

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pira se acaba

talvez esteja frio
mas a água corre

corrente marrom
com peixes pulando.

um estranho rio
parece sujo e limpo

fico com a vista mais avermelhada

entendo agora o seminário

e o caminho da terceira margem

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Pupila

no vão da ideia
o abismo raso

um clarão forte
nos faz ver preto

gosto muito disso
dilatando minha visão

domingo, 2 de setembro de 2012

Hífen

eu não me chamei
para beber

eu não me chamei
para sair do mundo

não mesmo. pelo menos não me lembro

já disse
para não ir
nesses lugares

que não me chamei

vá onde não estou
é onde me encontrará